ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-9-2002.

 


Aos dezenove dias do mês de setembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sofia Cavedon e Mauro Zacher. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Segunda Sessão Ordinária, das Atas da Vigésima Sexta e Vigésima Sétima Sessões Solenes e da Ata Declaratória da Septuagésima Terceira Sessão Ordinária, que deixaram de ser votadas face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Elói Guimarães, a Indicação nº 038/02 (Processo nº 2834/02); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Lei do Legislativo nº 186/02 (Processo nº 2896/02); pelo Vereador João Antonio Dib, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências e os Projetos de Resolução nºs 098 e 099/02 (Processos nºs 2904 e 2907/02, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, 02 Pedidos de Providências e o Projeto de Lei do Legislativo nº 176/02 (Processo nº 2824/02). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Dr. Goulart, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 010/02 (Processo n° 1882/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 452, 563 e 576/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 020/02, do Vereador Ervino Besson, Presidente da Comissão Externa constituída com a finalidade de apreciar o Requerimento n° 021/02 (Processo nº 0609/02). Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz reportou-se a matérias publicadas hoje pela imprensa, que versam sobre os procedimentos a serem adotados pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE, no intuito de coibir a realização de propaganda partidária, através do processo de “boca-de-urna”, nas próximas eleições gerais. Nesse sentido, manifestou-se contrariamente às declarações proferidas pelo Ministro Nelson Jobim, Presidente do TSE, relativas ao tema. O Vereador Adeli Sell discursou sobre a poluição visual oriunda da utilização publicitária de espaços pertinentes ao mobiliário urbano da Cidade, questionando as relações comerciais desenvolvidas por empresas multinacionais na locação dos mesmos. Em relação ao assunto, salientou a necessidade de uma fiscalização eficaz, por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE, a fim de averiguar denúncias de irregularidades nesse procedimento. O Vereador João Bosco Vaz registrou a realização, amanhã, da abertura do Décimo Campeonato Municipal de Várzea, tecendo considerações sobre a importância desse evento para a integração da comunidade com a área esportiva. Também, ressaltou a abrangência dessa iniciativa no sentido de oportunizar a participação de menores carentes na referida competição, afirmando a necessidade da construção de equipamentos esportivos em áreas públicas da Cidade. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Jair Soares, ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib saudou a presença do Senhor Jair Soares, ex-Governador do Estado, lembrando a atuação exemplar de Sua Excelência no período em que exerceu a vereança nesta Casa. Também, pronunciou-se a respeito da tramitação de Pedidos de Informações encaminhados à Prefeitura Municipal de Porto Alegre e referiu-se à quantidade de ônibus em circulação, adaptados para o transporte de deficientes físicos na Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Paulo Brum, referindo-se ao pronunciamento feito pelo Vereador João Antonio Dib em Comunicações, discordou das afirmações proferidas por Sua Excelência, quanto ao número de ônibus adaptados ao transporte de usuários de cadeira de rodas. Ainda, asseverou que a adaptação de veículos do transporte coletivo a esses usuários representa garantia de acesso e exercício de cidadania. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Isaac Ainhorn, citando o parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição Federal, que fixa a taxa de juros anual em até doze por cento, criticou a atuação do comércio em geral, das administradoras de cartões de crédito, das instituições bancárias e de crédito, os quais, segundo Sua Excelência, praticam crime de usura ao cobrar taxas de juros que excedem ao limite constitucional. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn deu prosseguimento ao seu discurso em Comunicações, analisando dados publicados pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade - ANEFAC, relativos às taxas de juros praticadas no País e ao grau médio de comprometimento da renda das famílias brasileira com o pagamento de juros bancários e comerciais. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Sofia Cavedon analisou o resultado do plebiscito realizado para consulta quanto à inclusão do Brasil na Área de Livre Comércio da Américas – ALCA. Nesse sentido, salientou o caráter não-oficial dessa consulta plebiscitária, destacou a relevância da participação espontânea da população e a necessidade de que o Senhor Presidente da República considere a decisão desfavorável à participação do Brasil nessa aliança econômica. O Vereador Aldacir Oliboni narrou visitas realizadas pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente a entidades filantrópicas, em decorrência de comunicação de descredenciamento dessas entidades do Sistema Único de Saúde. Também, discorreu a respeito do Projeto de Lei do Legislativo nº 012/01, de autoria de Sua Excelência, que dispõe sobre a oficialização do brique que acontece aos sábados na Avenida José Bonifácio. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Elói Guimarães referiu-se à abertura, hoje, da Exposição "História do Voto no Brasil", instalada no Salão Adel Carvalho, enaltecendo o significado desse tema para a formação da consciência política dos cidadãos. Relativamente ao assunto, enfatizou a importância do voto como instrumento democrático de delegação de poder e enalteceu a inclusão das mulheres no processo de sufrágio. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia teceu críticas à escolha da língua inglesa como única opção para a prova de idioma estrangeiro no vestibular para os cursos de medicina e nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a partir de dois mil e três. Nesse sentido, alertou sobre a possibilidade de futuras contestações judiciais envolvendo essa instituição de ensino e os resultados oficiais de seus concursos. O Vereador Almerindo Filho reportou-se à Sessão Ordinária do dia dezesseis de setembro passado, ocasião em que foi criticado pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT na Casa, face discurso proferido por Sua Excelência em Comunicação de Líder. Também, manifestou-se acerca da tramitação do Pedido de Informações nº 175/02 (Processo nº 2564/02), que trata da concessão de alvará de funcionamento à boate "Liquid". O Vereador Adeli Sell aprovou a postura adotada pelo Vereador Almerindo Filho em seu discurso de Comunicação de Líder, salientando ter Sua Excelência exposto suas idéias de maneira apropriada. Também, teceu considerações acerca do desempenho do Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Estadual e reafirmou a determinação de Sua Excelência em bem desempenhar o papel institucional de fiscalizador dos atos do Poder Executivo. A seguir, constatada a existência de quórum, foi aprovado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Laerte Flores, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Na ocasião, foram apregoadas declarações firmadas pelo Vereador Luiz Braz, Líder da Bancada do PFL, informando o impedimento dos Suplentes Mario Paulo, Wilson Santos, Luiz Negrinho, Profª Marili, Antônio Prestes, Kevin Chaves Krieger e Bernadete Vidal em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição ao Vereador Reginaldo Pujol. Após, nos termos do artigo 12, § 7º, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Laerte Flores, que manifestou seu contentamento em assumir a vereança nesta Casa, enfatizando ter alcançado um objetivo pessoal. Também, agradeceu a parentes e amigos pelo incentivo recebido e prestou informações relativas às atividades profissionais desenvolvidas por Sua Excelência, enfocando a sua atuação como empresário nas áreas de contabilidade e informática. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz elogiou discurso anteriormente realizado pelo Vereador Adeli Sell em Comunicação de Líder, no qual Sua Excelência destaca o papel do Poder Legislativo como fiscalizador dos atos do Executivo Municipal. Ainda, reportou-se às condições de manutenção das rodovias gaúchas, justificando que os contratos mantidos entre o Executivo Estadual e as empresas concessionárias dos serviços de pedágio não podem ferir o interesse público. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença de alunos e professores da Escola Estadual Otávio Rocha, presentes a este Legislativo para participarem do Projeto de Educação Política desenvolvido pelo Memorial da Casa junto a escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães teceu considerações acerca das comemorações da Semana Farroupilha, justificando a data como um dos momentos mais importantes para a cultura do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, teceu considerações acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 169/99, de sua autoria, que autoriza o Executivo Municipal a construir um busto em homenagem ao tradicionalista e poeta gaúcho Jayme Caetano Braun. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nºs 015/02; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 171, 178 e 173/02, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 094/02; em 3ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02, os Projetos de Lei do Executivo nºs 056 e 059/02. Às dezesseis horas, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pela Vereadora Maristela Maffei, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Carlos Nedel, Paulo Brum e Ervino Besson, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, hoje eu li no jornal mais uma vez a repetição de uma notícia que vejo estampada nos jornais em todas as eleições: “É proibido fazer boca-de-urna.” Em todas as eleições eu leio essa manchete nos jornais, e hoje é uma entrevista do Ministro Jobim, dizendo que ele vai mandar prender aquelas pessoas que estiverem fazendo boca-de-urna. Eu tenho a impressão de que o Ministro não tem acompanhado a história das eleições que se travam pelo menos aqui no Rio Grande do Sul.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz dizendo: “Ele nunca foi Deputado.”)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ele foi Deputado, Ver. Bosco. Eu quero dialogar aqui com o meu amigo Elói Guimarães, mas, ou o Ministro não tem acompanhado a história das eleições do Rio Grande do Sul, ou, de repente, ele vai modificar tudo o que aconteceu ou que vem acontecendo e daqui para a frente. Ora, eu não quero duvidar do Sr. Ministro, mas eu achei muito temerária a afirmação que ele fez hoje nos jornais da nossa Cidade, e que deve estar publicada também nos jornais do País todo.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouço a manifestação de V. Ex.ª, mas talvez até o enfoque da notícia e tal, mas é muito rigoroso o Ministro Jobim na sua formulação: prender alguém que esteja fazendo um trabalho ali só é muito forte. Mas não se prendem os bandidos!

 

O SR. LUIZ BRAZ: É verdade, e vai prender e colocar onde? Não tem onde colocar!

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Provavelmente o Sr. Jobim, nosso Ministro, queira colocar o Exército na rua, porque as pessoas vão fazer uma festa da democracia, respeite-se! Eu inclusive sempre insisto sobre os 100 metros, que era tradicional. Não faça afronta ao eleitor, não xingue o outro; vamos votar, ganha quem tem proposta, quem tem coisa para dizer. Vamos fazer a democracia!

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu acho que essas ameaças por parte de quem deveria tranqüilizar o processo... O Ministro tem a obrigação de tranqüilizar o processo eleitoral, de conscientizar as pessoas para que elas possam, da melhor forma possível, participar do processo eleitoral. Eu acho realmente que foi desregrada, desmedida a fala do Sr. Ministro - com todo o respeito, é claro, que nós devemos à sua posição -; não é dessa forma que vamos impedir ou fazer justiça, até por que como é que o cidadão na rua, o soldado que está colocado na rua, vai julgar quem é que está apenas participando da festa, e quem está fazendo boca-de-urna?

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu acho que V. Ex.ª está analisando e trabalhando em cima da versão que está no jornal, e preferimos interpretar que seja uma versão e um determinado enfoque que não tenha partido efetivamente o Sr. Ministro, porque realmente é um rompante muito autoritário prender um cidadão que eventualmente esteja ali levando o seu candidato de forma um tanto civilizada.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) O candidato pode ser preso?

 

O SR. LUIZ BRAZ: O candidato não.

 

O Sr. Haroldo de Souza: Então, ele vai ter de prender todos os candidatos.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Mas ele vai poder ser multado, e a multa é de 5 mil e 300 reais.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Elói Guimarães.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não sei o que vai acontecer, mas eu penso que temos de tratar o processo eleitoral como uma grande festa da democracia, e não podemos tratar o processo eleitoral como se fosse uma tragédia marcada para acontecer no dia 6, porque imaginem se fossem prender todas as pessoas que estivessem nas bocas-de-urna defendendo as suas idéias o que, em todas as eleições, nós estamos acostumados a ver. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações por transposição de tempo com a Ver.ª Sofia Cavedon.

 

O SR. ADELI SELL: Ver. Paulo Brum, na presidência dos trabalhos, colegas Vereadoras e Vereadores, minhas senhoras e meus senhores. Aqui, há algum tempo, não muito distante, nós discutimos a questão do mobiliário urbano, da publicidade ao ar livre, e eu dizia aos empreendedores desta Cidade que tomassem cuidado ao liberalizar a legislação, porque a poluição visual tomaria conta da Cidade, a hiperexposição não ajuda nenhuma propaganda, e outros meios seriam buscados. Mas eu não imaginava que em tão pouco tempo depois desse episódio nesta Casa, tão discutido, tão debatido, no qual eu me confrontei com alguns colegas que tinham outras opiniões, que os mesmos empreendedores estivessem numa situação tão delicada como estão hoje. E eu quero aqui desta tribuna fazer uma grave, mas uma gravíssima denúncia, e não vejo neste momento o Ver. João Carlos Nedel, mas já discutimos conjuntamente esta questão: é a questão do dumping que está havendo por parte de uma determinada empresa, que era uma empresa local que foi comprada por uma multinacional e que hoje coloca seus preços abaixo do preço de custo. Ela está quebrando as empresas daqui! Esse é o nefasto capital internacional, que veio a esta Cidade com uma empresa daqui e que está quebrando as outras empresas. Nós vamos trazer inclusive documentos comprovando: a empresa Prolix foi vendida para um grupo internacional; um sujeito vem aqui como turista, mas na verdade trabalha toda a semana aqui; ele vem do Uruguai. Isso nós vamos investigar, e, se necessário for, nós vamos pedir uma Comissão Especial aqui. Nós não vamos permitir que uma empresa que faça dumping durante um ano, um ano e meio, porque tem outros ganhos, porque tem outras maneiras de fazer isso, venha a nossa Cidade e quebre as empresas daqui, empresas que trabalham, que pagam tributos neste Estado! E nós temos vários exemplos! Eles compram espaços, nem se preocupam em colocar luminosos, frontlights, outdoors, porque eles têm dinheiro para comprar esses espaços. Eles fazem uma falcatrua, como outras empresas também fazem, eles são tão inteligentes de colocar numa nota fiscal, claro, o preço de 2 mil reais por um ponto, mas aí eles dão 2 de bonificação. Vinte dividido por três não dá 700 reais, isso não paga o preço desse empreendimento.

Nesta mesma linha tem o grupo hoteleiro internacional ACCOR, que é dono do tíquete-refeição, que também fez um acordo com o Ministro Dornelles e não o cumpre. Agora tem um hotel aqui nesta Cidade, do grupo ACCOR, que coloca os seus preços aviltados, porque eles não precisam disso, mas utilizam esses mecanismos porque os milhões e milhões e milhões de tíquetes-refeição dão sustentação. Isso se chama dumping. Dumping é crime! Quero saber onde está o CADE. Esse órgão federal, que nada faz, deveria estar fiscalizando. Se preciso for, nós chamaremos os responsáveis por esses órgãos públicos a esta Casa, e eu acuso e mostro aqui que está sendo feito um dumping nesta Cidade para quebrar empresas daqui. Esta Casa não se dobrou diante das privatizações dos bancos, tanto que aqui, por unanimidade, quero lembrar, capitaneados pelo Ver. Pedro Américo Leal, nós aprovamos moções a favor do Meridional. Nós continuaremos nessa trilha, a Câmara Municipal de Porto Alegre representa a cidade de Porto Alegre, os empreendedores de Porto Alegre, o povo de Porto Alegre. Nesse sentido, vamos continuar a mostrar, desta tribuna, quem é quem nesta Cidade, quem não cumpre as leis, e, como combatemos as ilegalidades da pirataria e do contrabando, combateremos também o dumping que é feito por essa empresa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Valdir Caetano em Comunicações.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero aproveitar este espaço para falar de uma coisa muito pessoal, atuo nessa área, que é o segmento esportivo, e teremos amanhã uma grande festa do esporte em Porto Alegre, que é a abertura do 10.º Campeonato Municipal de Várzea, organizado pela Secretaria Municipal de Esportes. Teremos esse grande evento, porque, pela primeira vez, a Secretaria vai reunir as cento e oito equipes para fazer uma festa democrática. Vamos fazer desfiles das delegações, juramento ao atleta, “coisas da antiga”, Ver. Luiz Braz, e que nós tivemos a oportunidade agora de realizar na 12.ª Edição da Copa Paquetá. Então será um dia inteiro de esporte, de congraçamento, de solidariedade, de amizade, em que as famílias poderão se reunir, poderão curtir esse feriado de 20 de Setembro.

Trago este assunto a esta Casa, a exemplo de outras vezes, porque eu acredito muito no esporte como inclusão social. Eu acredito muito no esporte como resgate da cidadania. Eu acredito muito no esporte como um veículo de educação, e como um grande argumento para retirar das ruas e das drogas crianças e adolescentes, dos maus pensamentos, das más companhias. Então esse movimento, com mais de cem equipes, mais de cinco mil pessoas participando, vem engrandecer o que todos chamam de “futebol da várzea” e que nós agora chamamos de “futebol amador”. Nós temos um grande problema – não só em Porto Alegre, mas também nas outras cidades – pois, com o crescimento das cidades, os campos foram desaparecendo, porque é preciso construir, é preciso evoluir, a tecnologia avança, as pessoas precisam morar. Então, os campos foram desaparecendo. Eu tenho uma tese, a qual sempre defendo, que o importante, Ver. Elói, é fazer o campinho de futebol lá na comunidade. Fazer o campinho lá Vila Safira, fazer lá na Vila Campo da Tuca, fazer na Vila Volta da Cobra, fazer no Bairro Sarandi, fazer no Bairro Floresta, lá que tem o seu campo e o seu galpão. É isso, levar o esporte, essa solidariedade onde as pessoas estão, não tendo que transportar as pessoas, tirando-as dos seus bairros, das suas vilas para gastarem com passagens, fazendo jogos aqui no Parque Marinha do Brasil, fazendo jogos no Parque da Redenção, fazendo jogos no Bairro Petrópolis, na Praça Araribóia, na Praça Tamandaré. Por isso que é importante esse campeonato da várzea, que reuniu todas as ligas de Porto Alegre, cada liga no seu bairro, cada liga na sua região e dali saíram os integrantes do campeonato que vai iniciar amanhã.

Então, estou vindo aqui, Ver. Luiz Braz, mais uma vez, não tenho problema nenhum, para enaltecer o trabalho da Secretária Rejane à frente da Secretaria Municipal de Esportes. É um trabalho sério, a Secretária está sempre disposta, aberta ao diálogo, a receber sugestões, e o Ver. Nedel, que também tem comparecido na Secretaria com seus pleitos, sabe do que estou falando.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Bosco, V. Ex.ª tem toda razão. Hoje, pela manhã, estive no Colégio Wenceslau Escobar, e há uma área importante, praticamente abandonada dentro do Colégio, que pode ser transformada em um campo esportivo. Até peço a sua gentileza em apoiar esse Colégio para pedir uma máquina para aplainar o terreno, a fim de que as crianças possam usar o campo. Meus parabéns.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Muito obrigado, vamos fazer um contato com o Secretário Guilherme Barbosa, que também é um Vereador desta Casa, um grande amigo, um grande parceiro e que sabe da importância do esporte e da escola de tempo integral. Isso é fantástico! Mas vai faltar tempo, depois volto a esse assunto: escola de tempo integral do Darcy Ribeiro, do Brizola, do Collares e do PDT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos a presença do ex-Governador, ex-Deputado, ex-Vereador desta Casa, Jair Soares. Seja bem-vindo e receba um abraço dos seus colegas.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, eu quero saudar a presença neste Plenário do ex-Vereador Jair Soares. Eu sinto saudade do convívio fraterno que tivemos durante dois anos, sentados lado a lado. Registro também que, no meu entendimento, o melhor Presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito que já vi no Brasil foi Jair Soares, quando presidiu aqui uma Comissão Parlamentar de Inquérito e não deu uma só entrevista, a não ser ao final, quando ele tinha que apresentar o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito. Eu gostaria que todas as Comissões Parlamentares fossem da mesma forma.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, deixando de lado a saudação, uma grande arma que o Vereador tem é o Pedido de Informações. Eu fiz, aliás, tenho feito com alguma freqüência, Pedidos de Informações, alguns, a Prefeitura não me responde. Eu já fiz com que o Prefeito Tarso fosse advertido pela Casa, porque não respondia, na forma da Lei Orgânica, aos Pedidos de Informações. Ele ficou muito brabo, ficou furioso. Eu penso que, de repente, vou ter que fazer de novo a mesma coisa, até porque, quando ele era Prefeito, antes de abandonar a Cidade, eu fiz um Pedido de Informações acerca de quem autorizou a construção ilegal de um prédio na calçada da Rua 24 de Outubro com Av. Mariland. É uma questão simples: quem autorizou a construção de um prédio ilegal? E o Dr. Tarso Fernando foi embora e não me respondeu, agora o Dr. João Verle também não me responde. Eu não quero fazer outra advertência, porque o Pedido de Informações é a arma que o Vereador tem, agora, que foi ilegal, eu sei, já que foi construído na calçada. A calçada é do povo, pior do que esse aí só aquele outro da Av. Nova York com a Rua 24 de Outubro onde eles autorizaram no processo, também na Administração do Dr. Tarso. Esta Casa debateu longamente o problema das cadeiras de rodas nos ônibus. Na época, eu achei que era um exagero que estava sendo feito na cidade de Porto Alegre. Hoje, por sinal, eu vi um deles sendo rebocado, um ônibus da Carris. Quando se fala em transporte, uma coisa é essencial: a estatística, saber o que acontece, o fenômeno estatístico para dizer o que vou fazer no transporte, mas a gloriosa EPTC, que toma 3% sobre todo o valor arrecadado pelos transportadores, 3%, fora as outras coisas, pelas quais arrecadam dinheiro, não têm estatística, não sabe o que acontece na Cidade. Então, fiz um Pedido de Informações sobre a quantidade de ônibus que estavam adaptados para receber as cadeiras de rodas. E eu fiquei surpreso: Porto Alegre tem 158 ônibus adaptados, e a Lei prevê que sejam em número de 20%, o que seria o dobro dos 158 ônibus. Só tem uma coisa que a EPTC não sabe: é que o número de deficientes que utilizam esse tipo de ônibus é mínimo. Há dias em que esses ônibus não levam nenhuma cadeira de rodas, mas continuam fazendo, porque vão dizer: “Olhem, Porto Alegre tem um bom transporte.” Não, isso é um mau transporte! Só a Companhia Carris não sabe e não aceita que é muito mais barato transportar numa van esses deficientes, de porta a porta, do que transportar num ônibus. São 158 ônibus, por enquanto, e alguns deles não transportam nenhum passageiro por dia. Aliás eu tenho essa informação da própria Diretora da Companhia Carris Porto-Alegrense. O Ver. Paulo Brum está assustado com o que eu estou dizendo; está contrariado, não assustado. Mas esta é a verdade de quem dirigiu a Secretaria de Transportes por duas vezes, de quem sabe que sem estatísticas não existe transporte. Eu teria outros pedidos para comentar, mas apenas lembro que Presidente preside. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Solicito ao Ver. João Carlos Nedel que assuma a presidência dos trabalhos.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Paulo Brum está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, penso que o Ver. João Dib não acordou num bom dia hoje. Para mim, ele falou um monte de besteiras. Eu não me contive. Como Presidente, eu fiquei... Ver. João Dib, V. Ex.ª me perdoe, a nossa luta... Ora, o senhor falar em cadeira de rodas, como se nós não tivéssemos nenhuma importância, como se um portador de deficiência que utiliza uma cadeira não tivesse o direito de ir e vir como bem entender, como bem quiser, a hora que quiser, no momento certo para buscar seu espaço, conquistar sua cidadania. Ele tem de ter uma van para carregá-lo, com hora marcada. Ora, Ver. João Dib, V. Ex.ª realmente não está num bom dia; não está. V. Ex.ª, que eu tanto admiro... E quando entrei aqui procurei me espelhar na sua luta, na sua garra... O senhor é um exemplo para mim, para nós, portadores de deficiência, que queremos vencer nesta vida. Agora, o seu discurso, nos considerando como cadeira de rodas que são transportadas em ônibus... Somos gente! E queremos, sim, ter o nosso espaço como cidadãos. E se houvesse mil ônibus para transportar um, apenas, com certeza valeria a pena, porque é uma vida que quer ter o seu direito de cidadão respeitado. Nós, que lutamos e que fazemos passeatas no nosso dia a dia para conquistar o direito da nossa acessibilidade, não pedimos esmola para ninguém! No passado, Ver. João Dib... Estou há 26 anos numa cadeira de rodas, e quando, pela primeira vez, depois do meu acidente, eu tive a coragem de botar a minha cara na rua para poder viver, eu era barrado por pessoas que passavam e enrolavam um dinheirinho para botar no meu bolso. Porque era assim que nós éramos vistos: os mendigos, os pedintes, os cidadãos de segunda classe, os inválidos, os paralíticos. Era assim que a sociedade nos via! Agora, V. Ex.ª, com todo o respeito, carinho e amor que eu tenho pelo seu trabalho e dedicação, usar um espaço nobre desta Casa, em liderança do seu Partido, para dizer um monte de besteira, pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus, Vereador! Nós temos uma lei nacional que, graças a Deus, conseguimos conquistar, escrevendo-a na Constituição Federal, e o nosso querido ex-Deputado Federal Jair Soares tenho certeza de que a votou, aprovou e nos ajudou a construir o nosso direito de cidadão na Constituição de 88. E a nossa luta agora é exatamente para garantirmos aquilo que nós escrevemos, que nós lutamos e conquistamos. Aí V. Ex.ª faz um desabafo na tribuna, não sei por quê. Nós aprovamos nesta Casa, sim, que o nosso transporte coletivo deve ter no mínimo um ônibus adaptado por linha. Quantas linhas nós temos em Porto Alegre? Mais de quatrocentas ou quinhentas linhas. Isso é o mínimo que queremos, e assim mesmo não é o ideal, porque o ideal seria que todos os ônibus tivessem condições de acesso universal para que um deficiente físico numa cadeira de rodas, para que uma gestante, para que um idoso que muitas vezes se arrasta pela rua tenha o seu direito garantido de ir e vir.

Por isso, Vereador, me perdoe! Com todo carinho, amor e respeito que tenho por V. Ex.ª, mas V. Ex.ª não está num bom dia hoje. Eu tenho certeza de que o seu coração, nesta hora, está buscando lá no fundo, porque eu sei do seu esforço. Mas, quanto ao senhor e eu, Deus nos deu o privilégio de termos condições de ter o nosso carro; nós não precisamos de ônibus, mas, muitas e muitas vezes, Vereador, eu fui carregado no colo para poder ser transportado em Porto Alegre. É ruim que nós tenhamos apenas cento e cinqüenta ônibus; que bom que, talvez, no futuro, nós tenhamos plenamente todo o acesso garantido e o direito de ir a vir a qualquer hora, a qualquer momento, para que aquele que usa uma cadeira de rodas possa ter o seu direito sagrado, que é o direito à vida; apenas isso; o direito de viver, de sonhar, de trabalhar, de construir o seu mundo, a sua história e o seu livro, como V. Ex.ª está escrevendo, com muita dedicação, com muito carinho, e, sem sombra de dúvida, é um exemplo não só para mim, mas para todo aquele cidadão que quer ser feliz, que quer buscar o seu mundo, a sua história.

Por isso, Vereador, me perdoe por este desabafo, mas eu não podia deixar passar em branco. Que Deus o ilumine e lhe dê vida longa, sim, para que todos tenhamos esse espelho de garra e de luta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra por cessão de tempo do Ver. Almerindo Filho em Comunicações.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, certa feita, ilustre ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, ex-Vereador, eminente figura, Dr. Jair Soares, é importante que V. Ex.ª, neste dia, venha fazer esta visita aqui a esta Casa e ouvir as colocações dos Vereadores e o que este Vereador gostaria que V. Ex.ª apreciasse junto com os demais colegas deste Parlamento e as pessoas que assistem a esta Sessão Ordinária da Câmara Municipal.

Há algum tempo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um estadista internacional duvidava da seriedade do nosso País. Chegava a dizer, infelizmente - e tínhamos que ouvi-lo -, que o nosso País não era um país sério. Tristemente, tínhamos que ouvir calados essa assertiva.

Passo a ler, Sr. Presidente, o § 3.º do art. 192 da chamada Constituição Cidadã, de 1988: “As taxas de juros reais, nelas incluídas comissões e quaisquer outras remunerações direta ou indiretamente referidas à concessão de crédito, não poderão ser superiores a 12% ao ano; a cobrança acima deste limite será conceituada como crime de usura, punido, em todas as suas modalidades, nos termos que a Lei determinar.”

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós passaremos, no curso das Sessões Ordinárias, quando tempo houver em nosso favor, a trabalhar em cima dessa questão. Trago alguns dados para os senhores. A Constituição Cidadã, a Constituição Federal estabelece os juros sob pena de prática de crime de usura, de 1% ao mês, 12% ao ano. Taxa de juros do comércio, média, no Brasil: 6,64% ao mês. Taxa de juros no cartão de crédito: 10,47% ao mês. Cheque especial, média: 9,85% ao mês. Empréstimo pessoal: 5,22% ao mês. Empréstimo, financeiras, média: 11,75% ao mês.

Enquanto a Constituição Cidadã estabelece 12% de juros ao ano, o comércio da nossa Cidade, deste País, pratica os juros de 67% ao ano. O cartão de crédito, 122%, ao ano, de média; o cheque especial, 112% ao ano. E sabem onde essas empresas vão buscar os recursos para desenvolver as suas atividades? E estou falando do comércio, e eu sou um lutador permanente em sua defesa. Tristemente, o comércio, que cobra, na média, 6,75% ao mês, busca os seus recursos a 8,75% ao ano no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, o dinheiro público! Infelizmente, nesses debates todos, não ouvi um mencionar essa dramática situação a que assistimos do crime de usura praticado diariamente contra o cidadão comum! E o que acontece? E aqui, às vezes, aparece uma bestialógica cabeça que quer abrir mais uma agência bancária dentro desta Casa, só para endividar mais ainda os nossos funcionários. Porque, lógico, todo agiota, oficial ou não-oficial quer emprestar dinheiro para funcionário público, porque funcionário público é estável e desconta na sua folha de pagamento. A agiotagem oficial e não-oficial quer emprestar dinheiro ao funcionário público.

Aqui nesta Casa, dos seiscentos e poucos funcionários, há funcionários - e sabem os funcionários desta Casa -, que no dia 27 não recebem a segunda parcela, que é de 60%, porque toda ela está comprometida em empréstimos de tudo que é natureza. É uma vergonha! É uma vergonha nacional! E não é agiotagem falsa, é agiotagem legalizada, Ver. Adeli Sell. Práticas protagonizadas pelos bancos privados e públicos. Ninguém é mais defensor do caráter público do BANRISUL...

Peço tempo para uma Comunicação de Líder.

 

(Assentimento do Presidente.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Ninguém é mais defensor do que este Vereador dos estabelecimentos bancários públicos e do BANRISUL, que tem apresentado bom desempenho. Mas esses bons desempenhos, Sr. Presidente, do BARINSUL e das demais instituições financeiras públicas, não podem - e não é ao PT que estou atacando, porque essa é a filosofia geral, independente em que Partido esteja -, não podem ter os seus lucros em cima dos assalariados. E eu vou dizer mais uma coisa, agora eu vou trazer um outro dado a V. Ex.as da Associação Nacional dos Executivos Financeiros de Administração. Esse é o dado - nós vamos trabalhar nesse assunto, gostaria, inclusive, que os colegas Vereadores... Sabem qual é o grau de comprometimento, Ver. Elói Guimarães, em matéria de juros, da família média brasileira? Uma família média brasileira gasta 29% da sua renda com juros! Esse é o dia-a-dia. E ninguém fala, ninguém menciona uma palavra! Que hipocrisia nossa, dos homens públicos, dos candidatos, no conjunto! Nenhuma proposta para cumprir o dispositivo constitucional que estabelece os juros de 1% ao mês e 12% ao ano. Como posso compactuar com isso? Não posso compactuar com uma empresa que toma dinheiro do BNDES, dinheiro público, a 8,75% ao ano e vende seus produtos, eletrodomésticos e outras coisas, morando em avenidas, em apartamentos triplex na Av. Champs-Elysées em Paris, e emprestando esse mesmo dinheiro ao cidadão comum, ao funcionário público, ao assalariado, por 8 ou 9% ao mês.

Os estabelecimentos que estão aí não são mais nem instituições financeiras. Nesses estabelecimentos que vendem eletrodomésticos - é metralhadora giratória, sim, porque este Vereador está com esse assunto engasgado -, se alguém quiser comprar um televisor à vista não há interesse, porque o preço é muito reduzido. O que vale a pena é emprestar por doze meses, vinte e quatro meses, porque, daí, os juros são de 8,95%, e eles têm dinheiro de sobra, e, quando não têm dinheiro de sobra, eles tomam dinheiro do BNDES a 8,75% ao ano e emprestam, e cobram do prestamista a 8,75% ao mês. O que dizer de uma situação como esta Ver. João Dib? Isso é crime de usura! O que é que vamos dizer, nosso hoje convidado Jair Soares? Onde vamos parar com essa violência diária que se pratica contra o cidadão?

Aqui, um dado dessa mesma pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças: os juros no comércio, no mês de agosto, foram de 6,63%; taxa ao ano, 116%. Empréstimo pessoal dos bancos, 5,38%; taxa ao ano, 87,54%. Cheque especial - esse é o grande vilão -: 9,87% ao mês; 209,42% em um ano. E, tristemente, o Rio Grande do Sul tem a maior taxa de juros praticada, de todas, na média, pelas redes de eletrodomésticos, de pequenas, médias e grandes empresas de turismo, artigos do lar, eletroeletrônicos, artigos de ginástica e de informática, aparelhos celulares, que é de 6,76% ao mês, enquanto que a de São Paulo é de 6,48%, a do Rio de Janeiro 6,69%, a de Brasília 6,50%. A do Rio Grande do Sul é a maior de todas.

Então, Sr. Presidente, veja V. Ex.ª, aqui, taxas de juros de março de 1999 a agosto de 2002: comércio, 9,4% ao mês, 182% ao ano. A lei, a Constituição estabelece 12% ao ano; eles cobram 180% ao ano sob a alegação de que a Lei não foi regulamentada. Infelizmente, do jeito que vai, ela nunca vai ser regulamentada. Os cartões de crédito, que tomam dinheiro do BNDES a 8,75% ao ano, emprestam a 354% ao ano.

Eu não sei, sinceramente, o que fazer, mas não poderia deixar de trazer esses dados da pesquisa da Associação Nacional dos Executivos e Administradores em Finanças Públicas.

De um lado a Constituição Cidadã; Sr. Presidente, de 1% ao mês, 12% ao ano, de outro lado, a realidade do cotidiano da nossa vida, seja no cartão de crédito, no comércio, que não é comércio, mas financeiras ali estabelecidas, e tudo juros Selic a 18%. Agora, a taxa, Ver. Adeli Sell, a taxa de tomar dinheiro dessas empresas, que têm crédito, que estão em boa situação, ninguém abre mão de 1% ou de 0,5% de seus privilégios, não abrem mão de nada. Nada, nada, nada em nome do custo social.

É certamente por isso que grandes e extraordinárias receitas estão sendo forjadas, que, no fundo, no fundo, lá na sua essência, está financiando tudo isso o dinheiro público. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, mais de dez milhões de cidadãos posicionaram-se, na Semana da Pátria, no plebiscito da ALCA. Há dois anos, seis milhões haviam-se posicionado, mobilizaram-se em função de discutir e votar se deveríamos ou não pagar a dívida externa. E agora a superação da cidadania brasileira, convocada pelos movimentos sociais, diz “não” à ALCA. É um recado muito claro ao próximo governo brasileiro, aos governantes deste País. Nós não queremos, o Brasil decidiu que não quer um acordo que o submeta ainda mais aos ditames dos organismos internacionais e aos interesses dos Estados Unidos.

Esse movimento plebiscitário, que não teve a máquina estatal, que não foi oficial do Brasil, que foi resultado da mobilização da Igreja, Ver. Nedel, da CNBB, dos movimentos sociais, das centrais de trabalhadores, da Comissão de Igrejas Cristãs, não só da Igreja Católica, esse belíssimo movimento, como diz o Emir Sader, foi o maior, o mais profundo ato de civismo nas comemorações da Semana da Pátria. Pela primeira vez, a população, o cidadão comum, lá na escola, lá na igreja, nos sindicatos, nos espaços, todos em sua organização, debatem o futuro do seu País, discutem se interessa a cada um de nós que o nosso País faça um acordo no nível, como está escrito, está proposto pelos Estados Unidos.

É um movimento cívico fundamental. Isso mostra que o povo brasileiro não é um povo cordato, um povo ignorante ou um povo passivo, porque, se for chamado a se mobilizar, se for chamado a se posicionar, ele responde; ele é capaz de aprender questões difíceis como é a Área de Livre Comércio das Américas. Inúmeras reuniões se organizaram pelo País. Cinqüenta e cinco mil urnas, quase quatro mil municípios envolveram-se no plebiscito da ALCA. Isso significa que este País tem um potencial de soberania muito desprezado pelos seus governantes até então. Significa que este País, diferente dos governantes, que estavam assinando na surdina, acordando termos na surdina, não se quer submeter, não se quer submeter às exigências dos capitais internacionais, principalmente porque esse é o centro desse acordo que está sendo gestado. Que nenhuma ordem de condições que preserve a vida, que preserve direitos sociais, que priorize estados, municípios, empresas nacionais, nenhuma ordem de política nesse sentido que preserve a soberania, a identidade nacional possa-se estabelecer no País, essa é a principal exigência, seja em termos de serviços, seja em termos de comércio, de produtos, de relações internacionais. A população brasileira diz “não”, o nosso País não será julgado porque não deixou as empresas lucrarem ainda mais e ainda mais depredarem o patrimônio ambiental, cultural dos seus habitantes. Esse é o recado para os nossos governantes! Essa é a posição firme dos brasileiros. Não é uma posição “a cabresto”, não é obrigado votar, ninguém tinha multa se não votasse, ninguém foi carregado de kombi, de ônibus, ninguém recebeu camiseta, nada, as pessoas foram espontaneamente votar. E votou quem participou de algum tipo de debate. Isto ninguém pode deixar de dizer: a cidadania se mobilizou, e sobre um assunto, um tema chato, que não é do cotidiano, difícil de entender, ou seja, o Brasil tem um povo soberano. Os seus governantes têm-se que colocar à altura do povo soberano, à altura da capacidade crítica desse povo, e à altura da dignidade desse povo, que não quer mais ver o seu povo explorado, descartável, excluído, e que acha que os seus governantes devem-se portar com hombridade, com dignidade, e que nós somos em número, em tamanho de mercado muito capazes de colocar exigências nas negociações, de colocar respeito diante dos Estados Unidos, principalmente do capital internacional. Toda a América Latina espera esse posicionamento do nosso País! Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é importante salientar dois assuntos que estão em pauta aqui na Casa, sendo que um deles diz respeito às filantropias. Nós, da Comissão de Saúde, estivemos visitando várias entidades filantrópicas aqui em Porto Alegre, em função da notícia de que o Ministério da Saúde estaria, possivelmente, descredenciando algumas entidades que hoje fazem um serviço exemplar para a população de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul, dentre elas alguns hospitais que atendem pelo SUS. E sabe-se que havendo o descredenciamento dessas entidades, isso poderá atingir aqueles mais necessitados, isto é, aqueles que utilizam os serviços gratuitos de saúde pública.

Salientamos que a Comissão de Saúde e Meio Ambiente visitou algumas entidades e percebeu que, das duzentas e quarenta no Estado do Rio Grande do Sul, algumas, sem dúvida, praticam a “pilantropia”, e não a filantropia. É importante que essa investigação seja feita para que as entidades sérias e que querem, de fato, transferir o valor do imposto que deveriam pagar e que é devido para as populações de baixa renda para as pessoas mais necessitadas, continuem atendendo pelo SUS e continuem também dando auxílio escolar, como é o caso da PUC, que dá mais de oito mil meias-bolsas aos alunos carentes. Queremos, sim, que as entidades sérias continuem viabilizando a área social, porque é com elas que o Governo faz parceria e quer, sem dúvida, estender cada vez mais essa parceria para viabilizar o atendimento às famílias de baixa renda ou, quem sabe, aos desempregados, aos excluídos da sociedade.

Por outro lado, quero falar a respeito do Projeto que está na Ordem do Dia e que poderá ser votado a qualquer momento, desde que haja o acordo dos nobres pares, para viabilizar a regulamentação do brique da Av. José Bonifácio. Todos nós sabemos que o brique da Av. José Bonifácio, aos sábados, já existe há dez anos, e não é mérito de nenhum Vereador e de nenhuma pessoa que, por sua vez, se queira apropriar disso, mas, sim, do movimento construído por eles mesmos que acabaram constituindo-se naquele espaço e viabilizando um cartão-postal para Porto Alegre, como ocorre no domingo e em muitos lugares públicos da Cidade. Por isso, nós queremos sensibilizar os Vereadores, os colegas, para poder fazer com que o brique seja oficializado, porque, uma vez oficializado, ele continuará produzindo emprego e renda, espaço público para a comunidade viabilizar a venda do seu produto artesanal. É disto que nós precisamos: que essas instituições acabem-se constituindo, acabem criando espaço, ou mais um espaço para viabilizar a produção de emprego e renda para aqueles que são, na sua maioria, aposentados e pessoas que não têm outro emprego. Sabemos, nós, que existem inscritos na Casa do Artesão, só em Porto Alegre, mais de seis mil artesãos, que esperam uma oportunidade de expor o seu trabalho. Os vários Projetos que tramitam nesta Casa vão viabilizar a criação desses espaços para que aquelas pessoas - desempregados, aposentados, deficientes, enfim -, todos aqueles que querem ter a oportunidade de expor a sua arte, a sua cultura, possam fazê-lo. Esse Projeto, de autoria deste Vereador, que está na Ordem do Dia aguardando a sua votação, tinha uma certa dificuldade, pois a comunidade poderia estar contra, mas, na semana passada, com as instituições ali constituídas, fizeram um acordo com a comunidade, com a associação da comunidade para viabilizar o regramento desse brique. Algumas coisas sobre as quais estavam em dúvida agora estão esclarecidas, e este Vereador aguarda a sensibilidade dos Vereadores para votar este Projeto e pôr fim à crise ou às dúvidas desses artesãos que ali estão aguardando. Na certeza de que os Vereadores serão sensibilizados, aguardamos a aprovação do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra,  por cedência de tempo do Ver. Antonio Hohlfeldt, em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ex-Governador, ex-Ministro, ex-Deputado, ex-Secretário de Estado Dr. Jair Soares, que nos honra com a sua presença nos debates desta Casa; também saúdo o ex-Prefeito de Arroio dos Ratos - o Juarez, presente com a sua esposa aqui também. Eu passava aqui, junto ao Plenário, onde a Casa organiza uma mostra histórica do voto, do direito ao sufrágio - o voto. Vale a pena ver aquela série de documentos importantes. É de se observar que, em nosso País, e, de resto, no mundo, a emancipação da mulher tem exatamente no voto o grande marco da sua evolução. É a partir do voto da mulher que a própria mulher passa a ganhar grandes espaços na sociedade. Então, que instituto magnífico é o voto! Que instrumento relevante é o voto! É a forma que, ao longo da história, consagrou a própria democracia, porque não há democracia sem o voto direto e universal. Esse é um instrumento que as sociedades democráticas possuem; por isso elas devem permanentemente zelar pelo voto. É comum observar-se, na história dos países, das nações, tentativas substitutivas do voto. E tivemos, ao longo da História brasileira, a espada substituindo o voto, e também determinadas ideologias, Jornalista Silvio, que acompanha os debates na Casa. Nós temos determinadas ideologias que criam, vejam V. Ex.as, determinados instrumentos, e querem dar a esses instrumentos a competência que tem a democracia representativa. Cito rapidamente, aqui, o chamado Orçamento Participativo. Querem igualar, querem substituir o voto por essas criações, Ver. Ervino Besson, emprestando a esses aparelhos a força que tem a representação parlamentar! Absolutamente, não! Precisamos zelar pelo voto na formação do próprio poder. Então, temos que estar sempre alerta na defesa desse instrumento magnífico que possui a democracia que é o voto direto. E que é, exatamente, a distância menor entre o eleitor e o próprio Governo.

Fica aqui, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a nossa manifestação quando a Casa está fazendo uma mostra, aqui, junto ao Plenário, do valor do significado histórico do voto e, principalmente, do significado histórico do voto da mulher, pois é a partir do voto da mulher que ela passa a romper com as amarras que a colocavam em uma posição absolutamente discriminada pela sociedade, por todas as sociedades.

Então, este é o momento, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para que façamos a proclamação da importância desse instrumento magnífico que vamos exercer, agora, dia 6, que é exatamente escolher os governantes para que, por meio do voto, eles constituam as diferentes instâncias de poder e façam pelo povo aquilo que o povo deles espera: a dedicação, o zelo, enfim, administrações compatíveis com a grandeza disso que a democracia representativa tem que é a representação por meio do voto. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, utilizamos o tempo de Liderança para discutirmos um assunto que já foi bastante levantado nesta Casa. Desde 1999, nós acompanhamos esta temática relativa ao vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que, a partir de 2003, nos cursos de Medicina e Nutrição, só aceitará como prova a língua inglesa. Essa discussão tem sido feita em todo o Estado: Por que a língua inglesa somente?

Já houve aqui nesta Casa alguns defensores do porquê da língua inglesa, mas um grande contingente entende que a questão do espanhol é importantíssima, até porque existe um vasto acervo bibliográfico em espanhol e, além do mais, no dia 22 de agosto, passado, o Sr. Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, assinou um acordo bilateral entre o Brasil e o Uruguai, permitindo que nas cidades limítrofes entre os dois países todos os cidadãos passem a ter direitos iguais, inclusive, de trabalho.

Aí, eu gostaria de perguntar: os médicos, nutricionistas uruguaios que, por intermédio desse acordo, terão livre acesso de trabalhar no nosso País, terão uma formação acadêmica específica em inglês? Temos nossas dúvidas.

Na realidade, no meio acadêmico, o que se busca é a qualificação profissional. O fator da língua não será decisivo e não é decisivo. Os professores de língua espanhola ingressaram com uma representação junto ao Ministério Público e estão aguardando um mandato de segurança para que o vestibular da UFRGS - já estão inclusive abertas as inscrições -, possa contemplar não só a língua inglesa, mas outras línguas, entre elas o espanhol.

Aqui começa a nossa preocupação porque, com as inscrições abertas o que nós esperamos é que, de uma vez por todas, o Ministério Público possa se manifestar colocando um ponto final nessa temática. Ou acatando a decisão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ou acatando a vontade das demais línguas estrangeiras no nosso País, bem como milhares de alunos que estudam outras línguas e se preparam para fazer o vestibular em proficiência de língua estrangeira, em outra língua que não seja a língua inglesa.

Então, quero expressar, mais uma vez, em nome do Partido Socialista Brasileiro, que estamos bastante preocupados, porque o resultado do próximo vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul poderá, todo ele, ser contestado nesses dois cursos: Medicina e Nutrição. Entendemos e solicitamos providências o quanto antes, que o Ministério Público venha informar à população do Rio Grande sobre qual é o veredicto final, ou se mantém aquilo que a UFRGS está solicitando, somente língua inglesa para os cursos de Medicina e Nutrição para o próximo vestibular, ou aceitam-se outros cursos. Com a palavra o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Ervino Besson, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, venho hoje à tribuna em Comunicação de Líder do meu Partido para comentar alguns ataques realizados a minha pessoa na última Sessão Ordinária. Fui eleito em grande parte pelo povo evangélico da nossa Cidade, mas não oriento o meu mandato apenas para evangélicos. Talvez não venha muito à tribuna, nem fale muito bem às câmaras da TVCâmara, isso porque considero que o mandato de um Vereador não se dá apenas no Plenário, mas principalmente nas ruas assistindo ao povo necessitado de nossa Cidade, excluído das propagandas do programa Cidade Viva. Minhas prerrogativas e de todos nós, Parlamentares, me concede o direito de expressar livremente as minhas opiniões. Na última segunda-feira, não fiz um discurso ideológico, mas, sim, apresentei dados públicos retirados de pareceres do Tribunal de Contas do Estado, de balanço da Secretaria da Fazenda e de informações publicadas em jornais, pela FAMURS. Quando me referi às estradas gaúchas, não desconhecia que, em sua maioria, a reportagem do jornal Zero Hora falava em rodovias federais. Comento, sim, que nada foi feito pelo Governo do Estado junto à Presidência da República para mudar essa situação, muito pelo contrário, o Sr. Governador isolou mais ainda o nosso Estado, afastando não só a Ford, mas recursos federais para as nossas estradas. O Governo que prometeu acabar com os pedágios e não cumpriu com mais uma promessa. Podemos falar também das ruas de Porto Alegre, como aqui estão veiculadas nessa reportagem de um mês atrás: buracos prejudicam trânsito da Capital. Essa é a real situação das ruas da Capital: buracos e mais buracos. Relendo o discurso do Vereador Líder do Partido dos Trabalhadores, preocupei-me em ser essa a opinião dos demais Vereadores deste Partido. Assistimos aos seus discursos e vimos seus atos enquanto aquele utilizava seu tempo de Comunicação de Líder.

Para encerrar, gostaria de solicitar a gentileza do nobre Ver. Isaac Ainhorn, na condição de Vice-Presidente da CEDECONDH, de comunicar-nos o teor da resposta do Sr. Prefeito sobre o Pedido de Informações feito sobre a situação do alvará, habite-se e licenciamento da Boate Liquid, situada na rua João Telles, que, segundo informações prestadas por moradores daquela rua, em reunião da CEDECONDH, se trata de um prédio inacabado, sem condições para abrigar tal estabelecimento. No entanto, jornais da Capital noticiaram diversas festas do Partido dos Trabalhadores, inclusive o aniversário do Vice-Governador do Estado. Como Pastor, desejo que Deus abençoe a todos: esta Casa e todo o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Ver. Ervino Besson, na presidência dos trabalhos, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, eu quero me dirigir, em particular, ao Ver. Pastor Almerindo e dizer que hoje sim o Vereador vem aqui para expor suas idéias de forma tranqüila, das quais algumas questões eu não concordo e vou responder. Acho que devemos continuar desta maneira: conversando, dialogando. Inclusive o Vereador fez uma cobrança sobre um alvará, e, evidentemente, eu serei o primeiro a verificar a situação, até porque, naquele bairro, Ver. Almerindo, há outras irregularidades – eu diria até ilegalidades – que este Vereador, o Ver. Adeli Sell, está tratando. E sou um Vereador da situação. Nós Vereadores, meu caro Almerindo, somos fiscais da Prefeitura, sendo da situação ou oposição. Essa é a nossa função, como é nossa função legislar, apresentar projetos e ser altamente propositivo. Devemos estar na rua sim, inclusive num dia de intempéries como o de hoje, um dia difícil que sem dúvida nenhuma trará problemas. Problemas não só por parte da Prefeitura, mas há problemas porque inclusive a população precisa se reciclar e ajudar o Poder Público a não jogar lixo nas ruas e tapar as bocas-de-lobo. Este também é um papel que nós devemos fazer; cobrar, educar e fazer projetos aqui, como eu estou fazendo, por exemplo, para reciclar os pneus. Nós temos um Projeto do Ver. Haroldo de Souza sobre a questão dos galhardetes em postes. Então, é dessa maneira que nós temos de dialogar.

Nós achamos que foi equivocada, na Sessão de segunda-feira, a forma como o Ver. Almerindo Filho colocou a questão das estradas, porque passou para todos nós, para o público que assiste à TVCâmara, que se tratavam de estradas gaúchas, como se fossem do Rio Grande do Sul, do Governo gaúcho. Mas, na verdade, o jornal estava se referindo às estradas federais. No dia seguinte, foram referidas as estradas estaduais. No dia seguinte era a matéria. Elas são completamente diferentes.

O pedágio: todos os Vereadores aqui sabem das minhas batalhas contra o pedágio. Eu quero lembrar aqui que os contratos do pedágio não foram feitos durante o nosso Governo. São contratos de longos e longos e longos anos. Nós podemos ter as nossas falhas, e as reconhecemos. Quando tem um buraco na rua, nós vamos atrás. Essas chuvas e intempéries, Vereador, vão trazer outros tantos. Mas o Ver. Guilherme Barbosa - pergunte a qualquer Vereador - é o Secretário talvez que mais responda às nossas questões. Está sempre atento, respondendo, fazendo com que as coisas aconteçam na Cidade. Agora sim, Vereador, nós vamos dialogar de forma clara, tranqüila, serena.

Nós não podemos tirar ilações, porque uma festa foi feita em tal e tal lugar. Por exemplo, há poucos dias foi inaugurado um bingo em nossa Cidade, e o dono tinha um alvará. Mas nós também descobrimos, graças à fiscalização que a SMOV operosamente fez, que havia uma maracutaia, que tinha uma assinatura falsa e pôde abrir uma sindicância. Porque também, como na iniciativa privada, como a gente vê em outros lugares, há, no espaço público, a prevaricação, gente que faz mutreta, faz maracutaia. E nós temos ido atrás de tudo isso. Então, não podemos tirar ilações. Tenho de saber por que aconteceu isso, se tem licença, quem foi que deu, vamos ver se as assinaturas conferem. Para isso existem as comissões técnicas. Na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, pergunte aos Vereadores Dib e Nedel, que compartilham há um bom tempo desta Comissão comigo, quantas vezes Vereador da situação buscou o Governo Municipal para dar explicações. Essa é a nossa tarefa. É assim que temos que nos comportar. É assim que nos comportaremos e, dessa maneira, queremos continuar dialogando com Vossa Excelência. Mas saiba Vossa Excelência, saibam as Sr.as Vereadoras, saibam os Srs. Vereadores, saiba o povo de Porto Alegre que a Administração Popular, como qualquer administração idônea, tem o dever de fiscalizar absolutamente tudo, até para que não paire nenhuma dúvida sobre a questão, por exemplo, que Vossa Excelência levantou aqui. Portanto, faremos as fiscalizações necessárias, devemos ser cobrados por outras que, talvez, não estejamos fazendo. Utilizo-me de mecanismos de provocar positivamente pessoas que têm diálogo comigo, para que me passem informações por telefone, escrevam, visitem, peçam audiências, mandem e-mail, porque temos de zelar pela coisa pública. Como aqui nesta Casa, a CCJ, Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Elói Guimarães, é a que mais tem esta incumbência de zelar, de ver a legalidade das legislações existentes, e aquelas que nós aqui estamos propondo para que sejam leis.

Ver. Almerindo, vamos continuar num debate franco, aberto, cobrando mutuamente as questões, e vamos ter, sem dúvida nenhuma, o entendimento e daremos um exemplo para todas as Câmaras do País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): O Ver. Reginaldo Pujol solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, 19 de setembro. Em votação o Requerimento do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Declaram-se impedidos de assumir os Vereadores Suplentes Mário Paulo, Wilson Santos, Luiz Negrinho, Professora Marili, Antônio Prestes, Kevin Chaves Krieger e Bernadete Vidal.

O Ver. Laerte Flores assumirá no lugar do Vereador Reginaldo Pujol. Solicito ao Ver. Laerte Flores que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.

 

(É feita a entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)

 

Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Laerte Flores prestará a seguir.

 

O SR. LAERTE FLORES: “Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo.” (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Presidência solicita a V. Ex.ª a indicação de seu nome parlamentar e informa que V. Ex.ª integrará a Comissão de Constituição e Justiça. O Ver. Laerte Flores está com a palavra.

 

O SR. LAERTE FLORES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, é um momento importante na minha vida, pois sempre almejei participar desta Câmara, e hoje estou satisfazendo um sonho. Quero aqui homenageá-los pelo trabalho constante que vocês fazem em prol do Município e do povo. Sei que todos aqui estão imbuídos dos propósitos mais leais e honestos possíveis.

Quero agradecer aqui aos meus amigos que me acompanham através dos anos: Gilberto Müller, Airton Lima, minha esposa e meus três filhos.

Faço a minha vida em Porto Alegre na Zona Norte, onde tenho atividades ligadas economicamente e socialmente. Na parte econômica eu sou empresário da área de informática e contabilidade já há mais de vinte anos. Atuo na Zona do IAPI, na Praça Alim Pedro, Praça Frank Long e outras associações.

Não vou me alongar mais, a emoção toma conta de mim. Aos senhores o meu muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Muito obrigado, Ver. Laerte.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Ervino Besson, em exercício da Presidência, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, senhoras e senhores, crianças aqui presentes. Quero saudar o nosso companheiro de Bancada, o Ver. Laerte Flores, que tomou posse.

Ver. Elói Guimarães, todos nós que somos Vereadores de oposição, nesta Casa, não podemos fugir a uma assertiva. O Ver. Adeli Sell é um Vereador diferenciado, realmente, na bancada situacionista, porque ele é capaz, muitas vezes, de reconhecer erros cometidos pelo seu Partido, coisa que os outros não são. Então, quero cumprimentar o Ver. Adeli. Ele reconhece quando o seu Partido está errando, e ele mesmo age, como Vereador atilado, para tentar corrigir esse erros. Eu sei, porque muitas vezes já vi isso aqui, o Ver. Adeli Sell acaba votando contra os seus próprios pensamentos, mas para poder acompanhar a sua Bancada.

Mas o Ver. Adeli Sell ao tentar fazer um comentário ao pronunciamento do Ver. Almerindo, ele cometeu... Não quero chamar a atenção, por que quem sou eu para chamar a atenção do Ver. Adeli? Mas quero fazer um registro, ele disse o seguinte: que no caso dos pedágios, o Governo atual é obrigado, praticamente, a permanecer com essas empresas do jeito que estão, porque esses contratos foram assinados no outro Governo.

Nós já temos aí praticamente quatro anos de Governo da chamada Frente Popular. Nesses quatro anos, Ver. Elói Guimarães, poder-se-ia fazer rompimento desses contratos, porque, no Direito Administrativo, V. Ex.ª, que é Procurador deste Município, sabe muito bem que, quando se trata de interesse público, é no único caso que se pode fazer, não alteração dos contratos, porque os contratos não são unilaterais, mas se pode fazer um rompimento de contrato quando se vai ferir o interesse público. Não se pode manter contrato que esteja ferindo interesse público.

Então, com certeza absoluta, se porventura a Administração atual, Ver. Adeli, do Partido de V. Ex.ª, resolveu manter os contratos com as empresas que prestam serviço de pedágio em nossas estradas, e cobram, realmente, um absurdo - é um absurdo o preço dos pedágios em nossas estradas -, mas se o Governo de V. Ex.ª resolveu manter esses contratos, é porque, de alguma forma, está acreditando que eles não são lesivos ao interesse público e estão satisfazendo também aos interesses do seu Governo. Aquela história de que “um é o caminho e o outro é o pedágio”, eu acho que agora os dois são o pedágio e que, realmente, não tem mais o caminho. Nós temos que procurar um caminho novo, porque não está existindo mais esse tal de caminho. Hoje, todos aderiram pela forma do pedágio, porque, não me venham mais com essa história que já vi outros Vereadores virem aqui dizer, que são obrigados a cumprir aquele contrato que foi assinado no outro Governo e, por isso, são obrigados a manter os pedágios da forma como estão aí.

Eu acho que há algumas experiências boas que estão sendo feitas nas estradas, muito embora as estradas poderiam ser melhores. Eu vi, por exemplo, uma experiência com borracha reciclada que está sendo feita em uma das rodovias, e penso que é um acerto que se façam experiências no sentido de poder dotar as nossas rodovias com meios mais eficazes.

Eu quero cumprimentar o Ver. Almerindo, porque V. Ex.ª, Ver. Almerindo, com o seu pronunciamento passado e com o de hoje, chama a atenção para um detalhe: nós não podemos permitir essa política terrorista que faz a Administração Municipal tentando fazer com que os comerciantes tenham medo de não seguirem o PT. Ou eles colocam lá a placa do PT, seguindo o PT, ou, de repente, eles recebem multas, ou eles não recebem alvará, ou os alvarás não são renovados, ou acontece como a Igreja Universal, que não está recebendo alvará, porque resolveu, aqui, não seguir o PT. Isso é perigoso, isso é um jogo antidemocrático, isso, afinal de contas, tem de receber o repúdio de todos nós. Como eu citei o Ver. Adeli Sell, acho que ele é um Vereador diferenciado, tenho a certeza de que ele vai ajudar a corrigir esses erros crassos da Administração petista aqui em nosso território. Acho que esse terrorismo não pode continuar, não pode fazer parte da nossa história, assim como está acontecendo hoje. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Esta Presidência registra, com muita alegria, a presença da Escola Estadual Otávio Rocha, com vinte alunos da 1.ª e 3.ª séries. Os alunos participaram da abertura da exposição “A História do Voto no Brasil”, no Salão Adel Carvalho desta Casa. Sejam bem-vindos. Essa atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial da Casa realiza junto às escolas e entidades de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, alunos da Escola já mencionados, a Casa já fez a sua homenagem à Revolução Farroupilha, por intermédio de uma Sessão Solene, oportunidade em que foi entregue o título de Cidadão de Porto Alegre ao Dr. Eliseu Gomes Torres. Mas aproveito este momento para dizer que o 20 de Setembro, data magna, maior dos gaúchos, comemora-se em todo o Estado, da forma mais vibrante e eloqüente possível, e aqui em Porto Alegre, nós temos o grande desfile cívico e tradicionalista. São momentos importantes para a cultura gaúcha, por intermédio dos CTGs e dos piquetes. Quando se fala em CGT e Movimento Tradicionalista Gaúcho, talvez possamos dizer que seja hoje o movimento cultural maior do mundo, tal o seu conteúdo de afirmação ideológica, com base na liberdade e na fraternidade. Aqui, no Movimento Tradicionalista Gaúcho, estão inseridos os princípios da Revolução Francesa, a liberdade como apanágio maior. Então, nós teremos o grande desfile do 20 de Setembro, onde não só se exalta, mas se reverencia toda uma história que se constitui apanágio cultural do nosso Estado e da nossa gente. Por outro lado, a Câmara também reverencia, a partir de um determinado momento, com a aprovação que nós tivemos na Casa de um Projeto da nossa autoria, mas de resto é da autoria da Casa, mandando construir ali na Estância da Harmonia, no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, uma estátua a Jayme Caetano Braun.

Nós, agora com apoio da Liga da Defesa Nacional, tivemos a oportunidade de trazer uma centelha do fogo simbólico trazido do cemitério onde jaz o grande poeta e payador Jayme Caetano Braun, fizemos uma homenagem no pedestal, na entrada da Estância da Harmonia, onde vamos construir a estátua do Jayme Caetano Braun. Evidentemente, isso passará por recursos, por lutas, mas ali, o espaço apropriado do gaúcho hoje, merece que se perpetue no bronze. Na minha opinião, o maior vate, o maior poeta, o maior payador nativista que nós tivemos foi o Jayme Caetano Braun. Jayme Caetano Braun, os seus versos, as suas poesias, as suas payadas, Ver. Besson, são verdadeiras antologias da sabedoria e da inteligência do nosso Estado.

Então, é a Câmara Municipal que se vincula. E ali queremos construir, uma vez erigida a estátua, queremos transformar aquele local na pira do payador, do repentista, do poeta e do declamador. Portanto, este é o registro que queremos fazer, quando celebramos, da forma mais pujante, o nosso 20 de Setembro. Salve a República de Piratini! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2685/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui o Corredor de Cavalgadas no Município de Porto Alegre e acrescenta novas disposições à Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2746/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 094/02, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Paulo Roberto Brito Martins (tio Tony).

 

PROC. 2783/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 171/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Ivan Carlos Gatti um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. 2798/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/02, de autoria do Ver. Estilac Xavier, que altera dispositivo da Lei nº 5.456, de 23 de outubro de 1984, e alterações posteriores, que define Pontos de Estacionamento para o serviço de transporte de passageiros em veículos de aluguel – Táxis, e estabelece normas.

 

PROC. 2835/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que altera o art. 1º da Lei nº 1.959, de 26 de junho de 1959.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 2734/02 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 005/02, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera o art. 12 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (bens públicos municipais)

 

PROC. 2752/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 056/02, que cria um Cargo em Comissão na Administração Centralizada e dá outras providências. (Assessor Técnico)

 

PROC. 2776/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 059/02, que cria cargos na Administração Centralizada do Município, e dá outras providências. (professor e intérprete de LIBRAS)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, lei deve ser fruto da razão, da experiência e da luz. Para que se faça uma lei sobre transporte público é necessário que haja planejamento, é necessário que haja fiscalização, conseqüentemente, é necessário que haja estatística. Sem fiscalização e estatística, não se pode planejar um transporte público à altura das necessidades de uma cidade como Porto Alegre.

Nós temos muitas leis sobre transporte público em Porto Alegre, algumas, até bem feitas. Mas que precisa consolidar o que existe de lei, disso eu não tenho dúvida nenhuma. E hoje nós estamos analisando mais uma lei, agora proposta pelo Ver. Estilac Xavier. Mas, como eu disse, para que se fale em transporte público, é essencial que haja estatística, e, quando se fazem estatísticas, às vezes, se é malcompreendido. Quando, por exemplo, eu tentei falar sobre a utilização de ônibus para transportar cadeiras de rodas, eu pareci uma criatura insensível que não quisesse que os outros portadores de deficiência que precisam-se utilizar de cadeiras de rodas fossem transportados. Não. Ao contrário, eu quero que eles sejam muito bem transportados. Por isso eu uso estatística. E a estatística me mostra, com toda a tranqüilidade, que, num dia como hoje, se eu tivesse uma van para apanhar o usuário da cadeira de rodas na sua casa e levá-lo de volta, ele estaria muito melhor protegido do que ter de percorrer 500 metros, 300 metros, 100 ou 50 metros na chuva. Mas não se fazem estatísticas; fazem-se leis. Não se mede. Eu vejo que o Ver. Estilac Xavier está preocupado justamente com a eventual má utilização do serviço de táxi da Cidade. E, como ele quer resolver o problema fazendo mais uma lei... Esqueceram que existe fiscalização? Eu era Prefeito em 1984, quando o Legislativo da Cidade fez um Projeto de Lei que tomou o n.º 5.456, definindo que há ponto de estacionamento para o serviço de táxi. Eu lembro muito bem que, na oportunidade, porque eu fazia estatística, porque eu conhecia e porque tinha sido Secretário dos Transportes duas vezes, chamei os taxistas e disse a eles: “Escolham os pontos para fazer pontos fixos.” E os que eles me apontaram foram feitos. Mas a Câmara tinha de legislar mais. Não estou dizendo que os pontos estejam certos, não. Tem de haver fiscalização, tem de haver estatística. Mas eu não posso dispensar a fiscalização. Fazem mais uma lei, e não precisam de fiscalização. Aí ficaria tudo fácil no País.

Então, num Projeto de Lei, ele está trocando o que preceitua a Lei n.º 6.892, assinada por S. Ex.ª o Prefeito Olívio Dutra e pelo Dr. Diógenes de Oliveira, Secretário Municipal de Transportes do Dr. Olívio Dutra. E, na Lei vigente hoje, não poderão ser criados pontos fixos de táxis ou transformados os livres existentes em fixos. Mas o Ver. Estilac quer que sejam (Lê.) “...criados novos pontos fixos, quando se destinarem ao atendimento a hotéis ou órgãos públicos que forem pólos de atração para turistas ou autoridades não pertencentes ao Município”. Por que não criar apenas um ponto livre? Por que fixo? Por que beneficiar vinte dos três mil, novecentos e onze taxistas num ponto e os outros dois mil, novecentos e noventa e um não? Por quê? Então estatística faz muito bem para a saúde do transporte público e as pessoas a esquecem, então fazem leis, e a fiscalização é indispensável, seja qual for a lei. Porque não adianta lei; se a lei resolvesse tudo, eu faria: “Todo mundo será trabalhador; todo mundo terá casa; todo mundo terá educação à disposição” - isso até já tem. Todo mundo tem saúde à disposição, está na Constituição, mas marque uma consulta nesta Cidade para ver se realmente consegue esta consulta. Portanto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores em transporte público, fiscalização e estatística são indispensáveis. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente eu gostaria de solicitar verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h.)

 

* * * * *